quarta-feira, 4 de novembro de 2015
Conto #1 - 3:00 AM
O telefone tocava repetidamente e já eram três horas da manhã, o barulho irritante a acorda instantaneamente. Leva o travesseiro a cabeça, a fim de tentar abafar o som que aquele maldito telefone produzia, em vão. Levantou e abriu a porta do quarto, e como se tivesse previsto, o barulho cessou bruscamente.
"- Ahh."
Ela soltou um gemido de descontentamento. Levantara atoa e depois não conseguira dormir.
"- Maldição…"
A noite seguinte não fora diferente, exatamente às três horas, o telefone tocou. Dessa vez por mais vezes, ela não iria levantar atoa de novo, mesmo se tivesse que passar a noite inteira acordada, quase nunca atendia telefonemas, seus pais tinham morrido e não costumava ter amigos, nem ao menos olhava para aquele aparelho.
As três e dez, o barulho cessou novamente.
- Mas o que…? - Ela sentiu algo vibrar em seu bolso esquerdo e lembrou que havia dormido com o celular. Pegou-o e levou até alguns centímetros da face, a luz quase a cegou, mas depois de um tempo havia se acostumado com a claridade incômoda. Era uma mensagem.
Sem remetente, que dizia apenas: “Atenda o telefone.”
Ela se levantou de má vontade e foi cambaleando até a sala onde ficava o telefone, o pegou na mão e esperou que ele tocasse novamente. O que aconteceu.
- Alô? Quem é? Sabe que horas...
Um barulho de linha interrompida, ela foi acender a luz para ver o que tinha acontecido e a mesma havia queimado. Apalpou o fio que levava a tomada, puxou-o por inteiro. Ele nem estava conectado.
O som do celular vibrando no silêncio, seu coração acelerou. Como o telefone tocava se nem ao menos havia o instalado?
Olhou para aquela pequena tela, mais uma mensagem. Nela dizia: “Estou perto, consegue ouvir minha respiração? Eu consigo ouvir a sua.”
Ela olhou em volta, a escuridão não ajudava, dava respirações curtas e aceleradas, sentia seu corpo todo tremer.
Mais uma mensagem e ela sabia que aquela era a última: “Você acredita em espíritos?”
Um grito de terror cortou o silêncio da noite.